quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Fanatismo








Minh'alma de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver
Não és sequer a razão do meu viver
Posto que és já toda a minha vida

Não vejo nada assim, enlouquecida
Passo no mundo meu amor a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história, tantas vezes lida

Tudo no mundo é frágil, tudo passa
Quando me dizem isto, toda a graça
De uma boca divina, cala em mim
E olhos postos em ti, digo de rastros

Podem voar mundos, morrer astros
Que tu és como um Deus, principio e fim

Florbela Espanca

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