sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Decidiu e partiu...





Quando li a notícia, a certeza me voltou: há incontáveis modos de morrer, de morrer por suicídio, quero dizer. Freud tinha toda razão quando dizia que vivemos num permanente conflito entre Eros
Quando li a notícia, a certeza me voltou: há incontáveis modos de morrer, de morrer por suicídio, quero dizer. Freud tinha toda razão quando dizia que vivemos num permanente conflito entre Eros e Tanatos, Eros nos querendo dar vida e Tanatos a morte.

Alguém pode pensar que só os loucos desejam morrer. Ah, se fosse. Todos nós vivemos querendo morrer, ainda que na cobertura da consciência aparentemente lutemos pela vida.

Mas o que é correr de carro, comer além da conta, beber copos a mais, praticar esportes radicais, consumir drogas para dormir, intoxicar-se com antidepressivos anestesiantes, o que é isso senão buscar a morte por vias inconscientes?

Li nesta semana que passou sobre a morte do guru indiano das celebridades, Maharishi Iogi. Dentre outras formidáveis façanhas de pensador da "vida", Maharishi, dizem, criou a Meditação Transcendental. Mas com tudo isso, ainda assim, morreu...Morreu aos 91 anos.

Os jornais, levianamente, disseram que ele morreu de causas naturais, pela idade... Bolas, então todos os que estão vivendo acima dessa idade já deviam ter morrido? Causas naturais, para os levianos, significa sem causa, como se pudesse haver um efeito sem causa, um conseqüente sem antecedente. Mas até aqui, nada.

Vou resumir um pouco o que li nos jornais para chegar aonde quero. Os jornais disseram que "Maharishi morreu serenamente, num fim de tarde. Há apenas um mês ele tinha decidido se retirar, considerando sua "missão" na Terra concluída..." Leste bem, leitora? Maharishi entendeu concluída sua missão, quer dizer, fez o que tinha que fazer, nada mais havia a ser feito e..."decidiu" morrer, desplugar-se da parede da vida.

Simples, muitos simples e objetivo. É isso. Quando o ser humano decide morrer, morre. Ou morre por um "acidente", aparentemente acidente, ou morre por vontade própria, como o fazem muitos viúvos e viúvas que não mais vêem razão de viver depois da morte da mulher ou do marido. Quem duvida disso é ingênuo.

O ser humano finge que teme a morte mas a tem como companheira certa diante das angústias insuportáveis... Qual a razão da vida sem uma luta que valha a pena, um amor que nos alimente a saída da cama pela manhã?

Maharishi era um sábio, quando sentiu-se vazio, fez as malas da vida e um mês depois de concluída sua missão, partiu. Sereno. E convicto. Assim a vida vale a pena, valeu-lhe a pena. Mas que fique claro, o ser humano decide viver ou morrer, decide ser ou não ser. Decide ser um sucesso ou um fracasso. E assim o será...
e Tanatos, Eros nos querendo dar vida e Tanatos a morte.

Alguém pode pensar que só os loucos desejam morrer. Ah, se fosse. Todos nós vivemos querendo morrer, ainda que na cobertura da consciência aparentemente lutemos pela vida.

Mas o que é correr de carro, comer além da conta, beber copos a mais, praticar esportes radicais, consumir drogas para dormir, intoxicar-se com antidepressivos anestesiantes, o que é isso senão buscar a morte por vias inconscientes?

Li nesta semana que passou sobre a morte do guru indiano das celebridades, Maharishi Iogi. Dentre outras formidáveis façanhas de pensador da "vida", Maharishi, dizem, criou a Meditação Transcendental. Mas com tudo isso, ainda assim, morreu...Morreu aos 91 anos.

Os jornais, levianamente, disseram que ele morreu de causas naturais, pela idade... Bolas, então todos os que estão vivendo acima dessa idade já deviam ter morrido? Causas naturais, para os levianos, significa sem causa, como se pudesse haver um efeito sem causa, um conseqüente sem antecedente. Mas até aqui, nada.

Vou resumir um pouco o que li nos jornais para chegar aonde quero. Os jornais disseram que "Maharishi morreu serenamente, num fim de tarde. Há apenas um mês ele tinha decidido se retirar, considerando sua "missão" na Terra concluída..." Leste bem, leitora? Maharishi entendeu concluída sua missão, quer dizer, fez o que tinha que fazer, nada mais havia a ser feito e..."decidiu" morrer, desplugar-se da parede da vida.

Simples, muitos simples e objetivo. É isso. Quando o ser humano decide morrer, morre. Ou morre por um "acidente", aparentemente acidente, ou morre por vontade própria, como o fazem muitos viúvos e viúvas que não mais vêem razão de viver depois da morte da mulher ou do marido. Quem duvida disso é ingênuo.

O ser humano finge que teme a morte mas a tem como companheira certa diante das angústias insuportáveis... Qual a razão da vida sem uma luta que valha a pena, um amor que nos alimente a saída da cama pela manhã?

Maharishi era um sábio, quando sentiu-se vazio, fez as malas da vida e um mês depois de concluída sua missão, partiu. Sereno. E convicto. Assim a vida vale a pena, valeu-lhe a pena. Mas que fique claro, o ser humano decide viver ou morrer, decide ser ou não ser. Decide ser um sucesso ou um fracasso. E assim o será...

Luiz Carlos Prates (Diário Catarinense)