quinta-feira, 2 de agosto de 2007

escrava













Ó meu Deus, ó meu Dono, ó meu Senhor,
Eu te saúdo, olhar do meu olhar,
Fala da minha boca a palpitar,
Gesto das minhas mãos tontas de amor!

Que te seja propício o astro e a flor,
Que a teus pés se incline a Terra e oMar,
P'los séculos dos séculos sem par,

Ó meu Deus, ó meu Dono, ó meu Senhor!
Eu, doce e humilde escrava, te saúdo,
E, de mãos postas, em sentida prece,
Canto teus olhos de oiro e de veludo.

Ah! esse verso imenso de ansiedade,
Esse verso de amor que te fizesse
Ser eterno por toda a eternidade!...

Florbela Espanca

Nenhum comentário: