Talvez não ser,
 é ser sem que tu sejas,
 sem que vás cortando
 o meio dia com uma
 flor azul,
 sem que caminhes mais tarde
 pela névoa e pelos tijolos,
 sem essa luz que levas na mão
 que, talvez, outros não verão dourada,
 que talvez ninguém 
 soube que crescia
 como a origem vermelha da rosa,
 sem que sejas, enfim,
 sem que viesses brusca, incitante
 conhecer a minha vida,
 rajada de roseira,
 trigo do vento,
 
 E desde então, sou porque tu és
 E desde então és
 sou e somos...
 E por amor
 Serei... Serás...Seremos...
Pablo Neruda
terça-feira, 12 de maio de 2009
Talvez...
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