sexta-feira, 21 de setembro de 2007






















Na bebida não é o álcool o que mais me atrai. Eu tomo o vinho porque antes o consagro no Altar da Alegria. E nele me agradam a cor e o sabor - além de me lembrar Jesus e seus milagres. Às vezes eu pego até uma Perrier, só para praticar a transformação. Mas, geralmente, é o próprio Baco quem me abre as garrafas todo dia. Solenemente.

Também na cerveja não é o álcool que me encanta. É o lúpulo dourado e o brilho do sol no copo transparente. Tomo-a porque ela envolve-me a sede, hidrata-me o corpo, fornece-me assunto. Claro que também a consagro antes do primeiro gole. E o bar sempre vira um barco - e o barco, por sua vez, vira uma catedral. E eu bebo-a, delicadamente, porque a espuma me lembra Afrodite beijando-me os lábios na areia macia.

Assim também acontece com o delicioso Absinto, que só tomo quando Oscar Wilde, Baudelaire, ou Fernando Pessoa e sua Fada Verde me convidam.

Como se vê, eu não bebo para perder a Razão. Eu bebo por outras Razões..

Edson Marques

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