sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Público X Privado


A mistura do corpo público com privado resulta na tal invasão de privacidade que talvez não seja uma situação apreciada por todos. E tal invasão, dentro de meu ponto de vista, não acontece só com celebridades mas com qql pessoa que fale tudo de sua vida para quem quiser ouvir.
Então, se contamos as dificuldades financeiras (corpo privado) na mesa do bar para amigos e desconhecidos, receberemos talvez solidariedade mas, sobretudo críticas qto a vida que levamos ou constantes avaliações acerca de como gastamos nosso dinheiro e, em determinado momento isso nos incomodará; todavia, é mera conseqüência de termos falado o que não devíamos para quem não pediu para ouvir. Isso não significa q não se possa falar do assunto, apenas devemos fazê-lo com pessoas absolutamente próximas q vão, talvez, sugerir algo ou simplesmente nos ouvir. E somente voltarão ao assunto qdo considerarem pertinente além de serem discretos e não anunciarem na Rádio Tamanco o ocorrido.
Da mesma forma ocorre com as escolhas sexuais. Qdo eu sento na mesma mesa do bar e conto detalhes ou superficialidades acerca do que gosto ou não sexualmente, serei alvo de comentários e julgamentos que podem me incomodar devido ao tom malicioso ou pejorativo de pessoas que não compreendem algumas preferências. Exposição, para mim, tola e desnecessária, até pq, como já disse algumas vzs, não levanto e jamais levantarei bandeiras a favor de qql prática, pq mudo de idéia, aliás, costumo aperfeiçoar minhas concepções, e levantar bandeiras pressupõe, além da mistura entre corpo público e privado (o que me desagrada profundamente) uma imagem perante adeptos e não adeptos quase imutável e centrada exclusivamente em algo que faz parte de meu corpo privado. Tudo mais que compõe minha personalidade e meu comportamento passam a segundo plano pq o interesse é: o que ela faz na cama é certo ou errado? É são ou insano? Mas ela é normal ou louca? Obviamente que, neste caso também, eu posso sentar e conversar com pessoas que apreciam mesmas práticas que eu MAS que não queiram contar pra todo mundo e tampouco querem levantar bandeiras ou serem defensores do bdsm, do baunilha, morango, chocolate ou melancia com leite. (Hum, essas pessoas são raras de serem encontradas)
Há quem sinta-se a vontade com tal mistura de corpos público e privado. Eu não me sinto a vontade e tampouco quero misturá-los.
Td isso pra dizer que comecei 2004 fazendo escolhas que, para mim, foram erradas. Bem erradas...pois geraram expectativas (no outro) que em nada correspondem a realidade. A realidade que eu vi fez com que eu sentisse que havia algo de podre no reino da Dinamarca e que a amostra de multidões bdsm que tive não são minha praia (não busco desesperadamente por sexo ou qql um que queira ter alguém para transar - podendo ser eu ou a mariazinha devido a solidão e tb não considero essa a única alternativa para a felicidade).
Salvo raríssimas exceções deparei-me com pessoas que precisam de tudo... menos bdsm. Foi o maldito 'olho clínico' funcionando sem que eu quisesse, minha desgraça e salvação ao mesmo tempo.
PORTANTO, na minha vida não cabe mistura de corpo público e privado, bandeira e estandartes, amor a 'causas' (sexuais, ecológicas ou políticas), relações públicas com a comunidade ou qql coisa que obrigue eu expor essa carinha fófix que Deus meu deu a qql pessoa. Simples assim.

By Perséfone mars 04, 2004

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