 Devemos sempre dominar a nossa impressão perante o que é presente e  intuitivo. Tal impressão, comparada ao mero pensamento e ao mero  conhecimento, é incomparavelmente mais forte, não devido à sua matéria e  ao seu conteúdo, amiúde bastante limitados, mas à sua forma, ou seja, à  sua clareza e ao seu imediatismo, que penetram na mente e perturbam a  sua tranquilidade ou atrapalham os seus propósitos. Pois o que é  presente e intuitivo, enquanto facilmente apreensível pelo olhar, faz  efeito sempre de um só golpe e com todo o seu vigor. Ao contrário,  pensamentos e razões requerem tempo e tranquilidade para serem meditados  parte por parte, logo, não se pode tê-los a todo o momento e  integralmente diante de nós. Em virtude disso, deve-se notar que a visão  de uma coisa agradável, à qual renunciamos pela ponderação, ainda nos  atrai. Do mesmo modo, somos feridos por um juízo cuja inteira  incompetência conhecemos; somos irritados por uma ofensa de carácter  reconhecidamente desprezível; e, do mesmo modo, dez razões contra a  existência de um perigo caem por terra perante a falsa aparência da sua  presença real, e assim por diante. Em tudo se faz valer a  irracionalidade originária do nosso ser.
Devemos sempre dominar a nossa impressão perante o que é presente e  intuitivo. Tal impressão, comparada ao mero pensamento e ao mero  conhecimento, é incomparavelmente mais forte, não devido à sua matéria e  ao seu conteúdo, amiúde bastante limitados, mas à sua forma, ou seja, à  sua clareza e ao seu imediatismo, que penetram na mente e perturbam a  sua tranquilidade ou atrapalham os seus propósitos. Pois o que é  presente e intuitivo, enquanto facilmente apreensível pelo olhar, faz  efeito sempre de um só golpe e com todo o seu vigor. Ao contrário,  pensamentos e razões requerem tempo e tranquilidade para serem meditados  parte por parte, logo, não se pode tê-los a todo o momento e  integralmente diante de nós. Em virtude disso, deve-se notar que a visão  de uma coisa agradável, à qual renunciamos pela ponderação, ainda nos  atrai. Do mesmo modo, somos feridos por um juízo cuja inteira  incompetência conhecemos; somos irritados por uma ofensa de carácter  reconhecidamente desprezível; e, do mesmo modo, dez razões contra a  existência de um perigo caem por terra perante a falsa aparência da sua  presença real, e assim por diante. Em tudo se faz valer a  irracionalidade originária do nosso ser.  
Arthur Schopenhauer, in ''Aforismos para a Sabedoria de Vida'
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 
   
 



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