
Quando li a notícia, a certeza me              voltou: há incontáveis modos de morrer, de morrer por suicídio,              quero dizer. Freud tinha toda razão quando dizia que vivemos num              permanente conflito entre Eros Quando li a notícia, a certeza me              voltou: há incontáveis modos de morrer, de morrer por suicídio,              quero dizer. Freud tinha toda razão quando dizia que vivemos num              permanente conflito entre Eros e Tanatos, Eros nos querendo dar vida              e Tanatos a morte.
Alguém pode pensar que só os loucos              desejam morrer. Ah, se fosse. Todos nós vivemos querendo morrer,              ainda que na cobertura da consciência aparentemente lutemos pela              vida.
Mas o que é correr de carro, comer além da conta,              beber copos a mais, praticar esportes radicais, consumir drogas para              dormir, intoxicar-se com antidepressivos anestesiantes, o que é isso              senão buscar a morte por vias inconscientes?
Li nesta semana              que passou sobre a morte do guru indiano das celebridades, Maharishi              Iogi. Dentre outras formidáveis façanhas de pensador da "vida",              Maharishi, dizem, criou a Meditação Transcendental. Mas com tudo              isso, ainda assim, morreu...Morreu aos 91 anos.
Os jornais,              levianamente, disseram que ele morreu de causas naturais, pela              idade... Bolas, então todos os que estão vivendo acima dessa idade              já deviam ter morrido? Causas naturais, para os levianos, significa              sem causa, como se pudesse haver um efeito sem causa, um conseqüente              sem antecedente. Mas até aqui, nada.
Vou resumir um pouco o              que li nos jornais para chegar aonde quero. Os jornais disseram que              "Maharishi morreu serenamente, num fim de tarde. Há apenas um mês              ele tinha decidido se retirar, considerando sua "missão" na Terra              concluída..." Leste bem, leitora? Maharishi entendeu concluída sua              missão, quer dizer, fez o que tinha que fazer, nada mais havia a ser              feito e..."decidiu" morrer, desplugar-se da parede da              vida.
Simples, muitos simples e objetivo. É isso. Quando o              ser humano decide morrer, morre. Ou morre por um "acidente",              aparentemente acidente, ou morre por vontade própria, como o fazem              muitos viúvos e viúvas que não mais vêem razão de viver depois da              morte da mulher ou do marido. Quem duvida disso é ingênuo.
O              ser humano finge que teme a morte mas a tem como companheira certa              diante das angústias insuportáveis... Qual a razão da vida sem uma              luta que valha a pena, um amor que nos alimente a saída da cama pela              manhã?
Maharishi era um sábio, quando sentiu-se vazio, fez as              malas da vida e um mês depois de concluída sua missão, partiu.              Sereno. E convicto. Assim a vida vale a pena, valeu-lhe a pena. Mas              que fique claro, o ser humano decide viver ou morrer, decide ser ou              não ser. Decide ser um sucesso ou um fracasso. E assim o              será...
e Tanatos, Eros nos querendo dar vida              e Tanatos a morte.
Alguém pode pensar que só os loucos              desejam morrer. Ah, se fosse. Todos nós vivemos querendo morrer,              ainda que na cobertura da consciência aparentemente lutemos pela              vida.
Mas o que é correr de carro, comer além da conta,              beber copos a mais, praticar esportes radicais, consumir drogas para              dormir, intoxicar-se com antidepressivos anestesiantes, o que é isso              senão buscar a morte por vias inconscientes?
Li nesta semana              que passou sobre a morte do guru indiano das celebridades, Maharishi              Iogi. Dentre outras formidáveis façanhas de pensador da "vida",              Maharishi, dizem, criou a Meditação Transcendental. Mas com tudo              isso, ainda assim, morreu...Morreu aos 91 anos.
Os jornais,              levianamente, disseram que ele morreu de causas naturais, pela              idade... Bolas, então todos os que estão vivendo acima dessa idade              já deviam ter morrido? Causas naturais, para os levianos, significa              sem causa, como se pudesse haver um efeito sem causa, um conseqüente              sem antecedente. Mas até aqui, nada.
Vou resumir um pouco o              que li nos jornais para chegar aonde quero. Os jornais disseram que              "Maharishi morreu serenamente, num fim de tarde. Há apenas um mês              ele tinha decidido se retirar, considerando sua "missão" na Terra              concluída..." Leste bem, leitora? Maharishi entendeu concluída sua              missão, quer dizer, fez o que tinha que fazer, nada mais havia a ser              feito e..."decidiu" morrer, desplugar-se da parede da              vida.
Simples, muitos simples e objetivo. É isso. Quando o              ser humano decide morrer, morre. Ou morre por um "acidente",              aparentemente acidente, ou morre por vontade própria, como o fazem              muitos viúvos e viúvas que não mais vêem razão de viver depois da              morte da mulher ou do marido. Quem duvida disso é ingênuo.
O              ser humano finge que teme a morte mas a tem como companheira certa              diante das angústias insuportáveis... Qual a razão da vida sem uma              luta que valha a pena, um amor que nos alimente a saída da cama pela              manhã?
Maharishi era um sábio, quando sentiu-se vazio, fez as              malas da vida e um mês depois de concluída sua missão, partiu.              Sereno. E convicto. Assim a vida vale a pena, valeu-lhe a pena. Mas              que fique claro, o ser humano decide viver ou morrer, decide ser ou              não ser. Decide ser um sucesso ou um fracasso. E assim o              será...
Luiz Carlos Prates  (Diário Catarinense)
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
Decidiu e partiu...
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